Tem dia que o malabarismo existencial sucumbe a sua realidade: o propósito desconexo.

Bruno Morais
2 min readAug 28, 2021

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Em situação de cabeça pesada. O mundo (meu mundo) se mostrou demais pra mim, é muita informação que pesa na minha cabeça. E por que pesa? Porque eu tenho espaço, espaço interno dilatado por uma esperança imaginada, gestada e exposta a milhares de possibilidades.

Ser exposto as belezas da vida é muito insalubre quando você se desconecta da sua, você fica querendo, chatão “querer”, parece que só existe você.

É como se eu produzisse muito lixo mental e os garis da temperança estivessem com preguiça de passar. Eis que eu tenho que fazer malabarismos, aplicar todo o meu autoconhecimento em questão, senão eu sento no meio do lixo mesmo e tento entender porque eu produzo tanto lixo, um mergulho no próprio chorume faz a gente ser mais completo, leva ao acolhimento. É uma pausa na produção. A pausa nos faz ver as avarias, quem não entra em contato com o próprio lixo mental vive uma dinâmica deliberadamente insustentável, terceiriza o malabarismo existencial e fica vivendo sob a égide do delírio de grandeza, acho que a minha existência não me permite esse delírio por tanto tempo, e se me permitisse eu experimentaria, mas logo cairia e sabe por que? Porque eu produzo muito lixo mental e às vezes o gari não passa.

A tal da confiança, sou muito seduzido por ela, o malabarismo fica charmoso. Te seduz quem te inspira confiança? Eu gosto de imaginar a raiz da confiança do outro, talvez eu até pergunte a ele. Pesa na minha cabeça entender como a confiança se relaciona com o propósito e como ele faz o tal do ‘sentido’, que sempre tá tendo um caso com a produtividade. Ah, a produtividade, com certeza ela é um planeta do zodíaco do símbolo que o inferno representa. Imagino que no inferno sempre digam, ‘nossa, hoje minha lua está em produtividade e minha vênus em confiança’ e toma espetada do capeta. Não tirando a força dos astros, só lembrando que eles estão em todos os cantos, eu gosto desse signo, às vezes ele me livra do peso desconexo que é existir.

Só me resta lembrar que diariamente eu me redescubro e confirmo que sou um ente que to colocando o meu ser em jogo nesse estar-lançado no existir e isso cura muitas neuroses cotidianas. Há coisas que a gente não entende pensando, mas prosseguindo. Sigo!

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Bruno Morais

imagination decides everything. metáfora, metalinguagem, metamor e metanóia. escrevo com pretensões de organização emocional e aceitações em geral.